Lebesgue mensuráveis
“à la Littlewood” : Um subsconjunto E⊂Rd é Lebesgue mensurável se para todo ϵ>0 existe um conjunto aberto U tal que m∗(U∖E)≤ϵ. Quando E é mensurável denotamos m(E):=m∗(E) por medida de Lebesgue de E.
Carathéodory: Um subconjunto E é Lebesgue mensurável se para todo subconjunto A⊂Rd temos m∗(A)=m∗(A∩E)+m∗(A∩Ec).
As definições acima são equivalentes!
Exemplo: Todo conjunto E com medida exterior nula é Lebesgue mensurável. Para verificar definição de Caratheodory basta verificar que m∗(A)≥m(A∩E)+m∗(A∩Ec). Entretanto m∗(A∩E)=0 e por inclusão de (A∩Ec em A obtemos a desigualdade. Por definição/propriedade de medida exterior m∗(A)≤m(A∩E)+m∗(A∩Ec)
É conhecido que qualquer conjunto aberto em R é uma união enumerável de intervalos abertos. Em dimensão mais alta podemos provar que um conjunto aberto é união de enumerável caixas fechadas (ou cubos) essencialmente disjuntas. Isto quer dizer que as caixas intersectam no máximo na sua fronteira. Para provar este fato podemos utilizar cubos diádicos [i12n,i1+12n]×⋯×[id2n,id+12n] Uma propriedade importante destes cubos é que constituem uma família enumerável e além disto tem propriedade de encaixe! Cada cubo de lado 12n tem exatamente 2d cubos “filhos” de lado 12n+1.
Seja U abero. Para cada x∈U escolhe um cubo diádico fechado Bx que esteja totalmente dentro de U. (observe que a união de cubos diádicos FECHADOS de n'ésima geração cobre todo Rd.) Claro que ∪x∈UBx=U. Pode ser que esta união seja não enumerável. Porém se descartamos cubos iguais essa união é enumerável, pois o conjunto de todos os cubos diádicos é enumerável! Apenas falta verificar que podemos escolher Bx quase disjuntos. Para isto observem que dois cubos diádicos ou são quase disjuntos ou um está dentro de outro. Basta eliminar todos os cubos que estão dentro de um cubo e ficar ainda com uma união enumerável e quase-disjunta.
Aponte o erro de seguinte argumento: Dado qualquer aberto U para cada x∈U toma um cubo diádico aberto Bx contendo x e assim ∪x∈UBx=U. Lembre que cubos diádicos ou são encaixados ou disjuntos (quando aberto eles são disjunto mesmo!) e assim podemos achar uma coleção enumerável de cubos diádicos que U=∪∞i=1Bxi.
Na demonstração de cobrir um aberto por enumerável cubos diádicos fechados não utilizamos a propriedade de Lindelof. Entretanto surgiu uma curiosidade. Veja aqui.
Lema (Regularidade exterior): Dado E⊂Rd temos m∗(E)=inf{m∗(U);UabertoE⊂U}
Observe que o lema acima não está mostrando que todo conjunto E é Lebesgue mensurável! Por quê?
Demonstração: Por monotonicidade temos m∗(E)≤inf{m∗(U);UabertoE⊂U} e para provar outro sentido da desigualdade consideramos uma família de cubos Bi que aproximam a medida exterior e depois engordamos um pouco os Bi para ficarem caixas abertas a custo de aumentar seu volume apenas ϵ2i...
Uma propriedade interessante de medida exterior de Lebesgue:
Sejam E,F⊂Rd tal que dist(E,F):=inf{|x−y|,x∈E,y∈F}>0; então: m∗(E∪F)=m∗(E)+m∗(F). Além disso se E, F fechado e um deles compacto sempre a distância é positiva (exercício de espaço métrico)
Observem que a aditividade afirmada acima não vale em geral para subconjuntos. Entretanto quando E,F são Lebesgue mensuráveis não precisamos de hipotese de distância positiva para ter aditividade.
Demonstração: Pela subatitividade basta verificar que m∗(E∪F)≥m∗(E)+m∗(F). Pela definição de medida exterior cobrimos E∪F com cubos “muito pequenos” (digamos menor do que metade de distÂncia entre dois conjuntos) e ai podemos dividir os cubos em dois subconjuntos: os que intersectam E e os que intersectam F.
Usando definição de Lebesgue mensurabilidade “à la Littlewood” podemos mostrar que
- os conjuntos abertos são Lebesgue mensuráveis. De fato usando definição conjuntos abertos obviamente são Lebesgue mensuráveis.
- união enumerável de conjuntos mensuráveis é mensurável: apenas usar argumentos de tipo ϵ/2i
- os conjuntos fechados são Lebesgue mensuráveis: Dado E fechado vamos supor que é limitado (como generalizar em caso geral?) e pela regularidade exterior existe U contendo E tal que m∗(U)≤m∗(E)+ϵ. Porém precisamos mostrar que m∗(U∖E)≤ϵ. Escreva U∖E como união enumerável de cubos diádicos e fechados e quase-disjuntos. Agora lembre que dado N fixo, ⋃Ni=1Qi é fechado e disjunto de E e portanto
m∗(E∪N⋃i=1Qi)=m∗(E)+m∗(N⋃i=1Qi) Pela monotonicidade de medida exterior o lado esquerdo é menor do que m∗(U)≤m∗(E)+ϵ. Já que m∗(E)<∞ concluimos que m∗(⋃Ni=1Qi)≤ϵ.Já que isto vale para todo N concluimos que m∗(U∖E)≤ϵ.
- Complemento de um conjunto mensurável é mensurável e finalmente acabamos de mostrar que os conjuntos mesuráveis formam uma σ−algebra que denotamos por σ−álgebra de Lebesgue. Para provar essa afirmação, considere F:=Ec e Un tais que m∗(Un∖E)≤1/n. Então Fn:=Ucn são fechados e Fn⊂F e m∗(F ⋃Fn)=0. Portanto F se escreve como união de um conjunto de medida nula F ⋃Fn e ⋃Fn que ambos são mensuráveis.
Exercício: Existem conjuntos Lebesgue mensuráveis que não são Borel. Entretanto para todo conjunto Lebesgue mensurável E existe algum conjunto F na σ-algebra de Borel com tal que m∗(EΔF)=0.
Cereja do bolo
Agora que introduzimos conjuntos Lebesgue mensuráveis (conjutos que merecem ter medida!) vamos verificar uma propriedade (Axioma) de medida de Lebesgue:
- m(∅)=0,
- (aditividade enumerável) m(⋃∞n=1En)=∑∞n=1m(En) quando En são conjuntos Lebesgue mensuráveis e disjuntos.
Demonstração: Quando En são compactos, fixamos N e teremos (para compactos a equação a seguiro foi provado anteriormente, pois há distância positiva entre eles) m(∪Ni=1Ei)=N∑i=1m(Ei) e portanto m(∪∞i=1Ei)≥∑∞i=1m(Ei) por outro lado temos sub-aditividade e portanto concluimos igualdade (aditividade enumerável) desejada.
Agora se En for apenas limitado e não necessariamente compacto. Pela mensurabilidade existem Kn⊂En fechados (e portanto compacto) tais que m(En)≤m(Kn)+ϵ2n. Então ∑∞n=1m(En)≤∑∞n=1m(Kn)+ϵ=m(⋃Kn)+ϵ≤monotonicidadem(⋃En)+ϵ.
Pela subaditividade temos também que m(∞⋃n=1En)≤∞∑n=1m(En) e portanto concluimos m(∞⋃n=1En)=∞∑n=1m(En).
Finalmente caso em que En não são limitados ou fechados. Basta dividir Rd como união disjunta de conjuntos limitados e mensuráveis An e considerar para cada Em, Em∩An e teremos m(En)=∞∑n=1m(Em∩An) e depois somamos sobre todos os n.
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