Enchendo Vaso
Temos um vaso com formato em figura abaixo. Vamos encher o vaso com água com saindo de uma torneira com velocidade constante. Qual será o esboço do gráfico da altura da água em função do tempo? Discutiremos, que o gráfico deve ser similar ao gráfico do lado da figura do vaso.
Claro que a função t→h(t) é crescente e precisamos prestar atenção nas alturas importantes a,b,c onde o formato do vaso tem alterações geométrica “considerável”. Vamos supor que h é uma função diferenciável, portanto h′(t)>0. Vamos analisar a segunda derivada da função. Se num intervalo de tempo, a taxa de crescimento de h for crescente (descrescente), então a segunda derivada é positiva (negativa) e função é convexa (côncava).
No intervalo 0≤h≤a a largura do vaso está crescendo e portanto a taxa de crescimento da altura deve ser decrescente. Neste intervalo a segunda derivada é negativa. Argumentando de forma similar em outros intervalos podemos concluir que o gráfico da função deve ser similar a figura acima. Observe que também ta>tc−tb. Porquê?
Consumo de Gasolina
Suponhamos que o consumo de gasolina (litro/hora) de um carro seja função de velocidade e dado pela fórmula c(v)=1400(v−50)2+5.
Qual é a velocidade com melhor rendimento litro de consumo por kilometro rodado?
Observe que neste problema vamos minimizar a função v→q(v) onde q(v) é o consumo por kilometro de gasolina na velocidade dada v. Podemos verificar que
q(v)=P(v)v. Porquê?
De fato se olharmos para o gráfico da função p para minimizar função q vamos procurar a abcissa do ponto no gráfico da função p tal que a reta passando por este ponto e a orígem tenha menor inclinação possível.
dqdv=dpdv.v−pv2=1200v2−14v−1400(v−50)2−5v2
e para achar mínimo, vamos resolver dqdv=0 e assim temos:
1400v2−454=0 e v∼67.
Observe que o mínimo da função p é obtido na velocidade v=50.
Uma aplicação na “matemática”
Mostrem que o produto de dois números reais e positivos ( >0) cuja soma é constante terá o valor máximo quando eles são iguais.
A soma de dois números constante: x+y=c então y=c−x
Agora o produto deles P=x(c−x)=cx−x2. Podemos considerar P como função de x. Assim para achar o máximo
calculamos a derivada P′(x)=c−2x e portanto x=c/2 é um ponto crítico. Usando teste da segunda derivada podemos verificar que se trata de um ponto máximo.
Observação: Neste problema 0<x<c. O ponto crítico x=c2 é aceitável. Porém em geral quando achamos máximo local através de ponto crítico de uma função devemos comparar o valor da função com valor nos pontos extremais do domínio da função (aqui (0,c).)
É simples ver que P(0)=P(c)=0<P(c2).
Mostre que dados números reais a1,a2⋯,an então o menor valor de ∑i=1n(x−ai)2 é obtido quando x=a1+a2+⋯+ann.
Lei de Snell-Descartes
Para um raio de luz monocromática passando de um meio para o outro, é constante o produto do seno do ângulo, formado pelo raio e pela normal, com o índice de refração em que se encontra esse raio. :
n1⋅sinθ1=n2⋅sinθ2
onde n1,n2 são índices de refração nos respectivos ambientes. ou de forma equivalente (uma vez que ni=cci sendo c velocidade da Luz no vácuo.)
sen(θ1)sen(θ2)=c1c2 onde ci,i=1,2 são as velocidades de Luz nos meios (1) e (2).
Para resolver este problema, vamos escrever o tempo necessário para a luz chegar do ponto A ao ponto B em termos de x (mostrado na figura: distância entre projeção ortogonal do ponto A sobre divisor dos ambientes e o ponto que o raio de luz cruza o divisor dos ambientes.)
T(x)=t1+t2 onde t1=√x2+h21c1 e t2=√(d−x)2+h22c2
onde h1,h2 são as distâncias de A,B até o divisor dos ambientes e d é a distância de suas projeções sobre divisor dos ambientes.
T′(x)=xc1√x2+h21−d−xc2√(d−x)2+h22
Manipulando a equação T′(x)=0 e usando trigonometria básica obtemos o resultado desejado.