(texto abaixo foi retirado do livro infinite powers, Strogatz)
A versão do cálculo diferencial do Fermat é um excelente casamento entre álgebra e análise. Um dos problemas que ele considerou foi um simples adaptação de (hoje em dia) um exercício de otimização:
Imagine que você quer fabricar uma caixa com base quadrada x por x e altura adequada para comprir regra de uma empresa aérea: A soma das medidas (altura, comprimento e largura) das caixas não podem ultrapassar 45 inchs. Quais serão as medidas da caixa para ter máximo de volume?
a intuição pode sugerir que um cubo é a melhor solução. De fato é! Porém vamos ver como o Fermat abordou este tipo de problema.
Primeiramente vamos utilizar símbolos algébricos (Primeiro texto usando álgebra para resolver problemas é pelo matemático Persa Al-Kharismi cujo nome dá orígem a palavra algoritmo também): Denotando por x o comprimento e largura e por 45−2x a alrtua, já que queremos volume máximo. Multiplicando as dimensões para obter volume, temos:
V(x)=x2(45−2x)=45x2−2x3
Qual é o valor do x para que o volume, i,.e, V(x) seja máximo?
Vamos esboçar o gráfico (usando geogebra) da função x→V(x) para ter alguma ideia. ah, fiz uma contração na coordenada y para visualizar melhor. o gráfico abaixo é da função x→(45x2−2x3)/100 que tem o mesmo valor x onde tem seu máximo.
“Dá para ver” que x=15 é o ponto onde a função alcança seu valor máximo no problema desejado. Ok, um(a) cientista não trabalho apenas com olhos. precisamos argumentar mais rigorosamente. Veja o que o Fermat fez, já que não tinha geogebra e outras tecnologias (inclusive a derivada, vejamos nas próximas páginas a noção de derivada):
Ele considerou a parte do gráfico da função entre x=0 e x=22,5 e observou que as retas horizontais abaixo de nível do máximo intersectam o gráfico em dois pontos enquanto retas acima deste nível não o cruzam. No valor máximo a reta horizontal “deve” intersectar o gráfico apenas em um ponto!
Então vamos botar a mão na massa! Quando a reta intersecta o gráfico em dois pontos x=a,x=b(lembrem que apenas estamos considerando x≥0) temos V(a)=V(b) e portanto
45a2−2a3=45b2−2b3
rearranjando a equação acima temos:
45a2−45b2=2a3−2b3
agora com uma pitada de álgebra básica concluímos:
45(a−b)(a+b)=2(a−b)(a2+ab+b2)
Bem, vamos dividir os dois lados da equação por a−b. Podemos dividir? Sim, uma vez que a≠b. Beleza! Teremos:
45(a+b)=2(a2+ab+b2).
Agora vem o “pulo do gato Fermat”! Neste momento, após de ter cancelado a−b dos dois lados da equação, ele vem e coloca a=b para achar o valor de tal ponto onde obteremos o máximo!
45(2a)=2(a2+a2+a2) e portanto 90a=6a2 e o valor aceito será
a=15.
Viva Fermat!
Mas será que o Fermat fez algo ilegal? humm
Não! De fato para a muito próximo a b teremos
90a∼2(a2+a2+a2). Em seguida, trocamos o símbolo de aproximação por igualdade! Ai, estmaos usando algum argumento de continuidade.