Margulis, Plante-Thurston
Teorema: Seja M3 uma variedade fechada admitindo um fluxo de Anosov. Então π1(M) tem crescimento exponencial.
Corolário: S3 ou T3 não podem admitir fluxo de Anosov.
Demonstração (Seguindo nota de R. Potrie em Notices AMS): Um grupo Γ finitamente gerado tem crescimento exponencial, se para algum conjunto gerador F⊂Γ temos a seguinte propriedade:
A cardinalidade de conjunto de elementos do grupo que podem ser escritos como produto de no máximo n elementos de F∪F−1 cresce exponencialmente com n. Observe que essa noção não depende da escolha do conjunto gerador. Por exemplo o grupo livre gerado por a,b tem crescimento exponencial: número de palavras diferentes com n letras é exponencial.
Numa variedade compacta o grupo fundamental tem crescimento exponencial se somente se o volume de bolsa de raio R em ˜M (recobrimento universal), cresce exponencialmente com R. Isto é, se π:˜M→M é a transformação de recobrimento e consideramos a métrica induzida pela π então existem x∈˜M,c,δ>0 tais que vol(B(x,R)>ceδR.
Em geral o crescimento de volume das bolas no recobrimento universal é o mesmo que crescimento do grupo fundamental. Para isto basta cobrir a bola com imagens de um domínio fundamental compacto com volume finito pelas transformações deck. Por exemplo o grupo fundamental de T2 é abeliano e tem crescimento polinomial e podemos observar que no recobrimento universal R2 o volume das bolsas é comparada com R2.
Alguns fatos:
- Se ϕt é um fluxo de Anosov em M, então não existe subvariedade fechada tangente a RX⊕Es. Em particular a folheação centro-estável (e também centro instável) não tem nenhuma folha compacta.
A demonstração é fácil. Basta observar que se existir K⊂M compacto tal subvariedade, então ϕ1 é um difeomorfismo cuja jacobiana é menor do que um em todos os pontos que é um absurdo.
- (UM)Teorema de Novikov: Seja F uma folheação por superfícies de uma variedade fechada M3. Suponhamos que existe uma curva transversal a folheação e homotopicamente nula. Então, F admite uma folha fechada.
Demonstração do Teorema: Seja π:˜M→M o recobrimento universal e levantamos ϕt a um fluxo e ˜Fws o levantamento da folheacão estavel fraca em ˜M.
Considere um arco J tangente a distribuição ˜Eu. Podemos mostrar que ˜ϕt(J) não intersecta uma caixa folheada duas vezes. De fato se isso ocorrer, podemos achar uma curva fechada γ em ˜M transversal a folheação ˜Fws. Mas observe que isto significa que na variedade M a folheação Fws tem uma curva transversal π(γ) que é homotopicamente nula.
Já que caixas folheadas tem tamanhos uniforme, então existe c0>0 tal que: vol(B(˜ϕt(J),1)>c0length(˜ϕt(J)).
Já que J é tangente a Eu, então para algum δ>0 temos length(˜ϕt(J))>c1eδt e então temos vol(B(˜ϕt(J),1)>c0c1eδt. Por outro lado vamos mostrar que existe c2>0 tal que se x0∈J então ˜ϕt(J) é contido na B(x0,Rt) onde Rt≤c2t+diam(J). Isto mostra que o volume de uma bola de raio linear em t está crescendo exponencial e termina a demonstração de crescimento expnencial.
Para provar afirmação, basta observar que para qualquer x∈J: d(x0,˜ϕt(x))≤d(x0,x)+d(x,˜ϕt(x))≤diam(J)+c2t.
constante c2 depende da derivada de ϕt ao longo das orbitas do fluxo que é uniformemente limitada em t.
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