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Aproximando valor de uma função usando aproximação linear dela, possui erro! Quantos erramos quando usamos aproximação linear? Existem aproximações de segundo grau? aproximações melhores?

Vamos começar pelas aproximaçõe smais grosseiras: Por exemplo para calcular 101 que tal usar apenas a continuidade da função aproximar o valor da função f(x)=x no ponto 101 com seu valor no ponto 100. Assim teremos

101=f(100+1)f(100)=10.

Bem, essa aproximação até pode ser satisfatória dependendo do problema.

Vamos usar a diferenciabilidade da função f e teorema do valor médio (TVM) para achar uma estimativa do erro. Pelo TVM, existe c(100,101) tal que

f(c)=101100101100

portanto o erro de aproximação é igual a 12c. Não sabemos o valor do c, porém temos estimativa c>100 e assim concluímos seguinte estimativa sobre erro de aproximação:

Erro de aproximação <12100=0,05. 

Agora vamos usar aproximação linear para calcular 101.

Lembrando que a prximação linear da função f ao redor do ponto x=a é dada por seguinte  função linear:

L(x)=f(a)+(xa)f(a).

Então, 101f(100)+(101100)12100=10,05.

O valor de 101 é aproximadamente 10,05. Como estimar o erro desta aproximação? Será que essa aproximação é melhor do que anterior? SIM.

Antes de responder rigorosamente, vamos olhar os gráficos de duas funções e suas aproximações lineares, supondo que a reta tangente no ponto A coincide. Assim a aproximação linear de f,g é a mesma função linear.

Podemos visualizar que aproximação linear é melhor no caso da  função f. Isto tem a ver com a segunda derivada no ponto x=a. Pense!

De fato temos:

Teorema: Seja f:SR diferenciável (duas vezes) num intervalo com ponto a no seu interior. Então, se a,a+h pertencem a este intervalo, existe c entre a+h,a tal que

f(a+h)(f(a)+f(a)h)=12f(c)h2.

isto é, o erro de aproximação linear é dada por 12f(c)h2.

Usando este teorema o erro de aproximação linear de 10110,05 é igual a 1214c3(101100)2=14c3

Novamente sabendo que c>100 concluímos que o valor absoluto do erro é menor do que 18000.

Para demonstrar o Teorema, vamos provar uma adaptação de Teorema de Rolle para segunda derivada e também uma adaptação do TVM para segunda derivada.

Teorema de Rolle adaptado: Seja f:IR uma função duas vezes diferenciável e a<bI tal que f(a)=f(b)=f(a)=0. Então existe c(a,b) tal que f(c)=0.

Demonstração: apenas aplicando duas vezes teorema de Rolle usual: Primeiramente achamos c1(a,b) tal que f(c1)=0 e agora novamente aplicando teorema de Rolle para função f, sendo que f(a)=f(c1)=0 concluímos que existe c(a,c1) tal que f(c)=0.

Teorema do valor médio adaptado para segunda derivada:

Seja f:IR uma função duas vezes diferenciável e a<bI. Então existe c(a,b) tal que

f(b)(f(a)+f(a)(ba))=12f(c)(ba)2.

Demonstração, usando Teorema de Rolle adaptado:

Primeiramente afirmamos que existe uma função poliomial de grau 2, ϕ tal que

f(a)=ϕ(a),f(b)=ϕ(b) e f(a)=ϕ(a).

Observe que se acharmos tal ϕ então se definirmos uma nova função g=fϕ temos

g(a)=g(b)=g(a)=0.

A demonstração da afirmação sobre existência de uma função como ϕ é um exercício ao cargo de leitor. Mostrem que existe

ϕ(x)=A+B(xa)+C(xa)2 onde

A=f(a),B=f(a) e C=f(b)(f(a)+f(a)(ba))(ba)2.

Finalmente, aplicando Teorema de Rolle adaptado para g=fϕ (observe que satisfaz as hipóteses) temos que existe c(a,b) tal que g(c)=0. Assim,

g(c)=f(c)2C=0 e portanto

f(c)=2f(b)(f(a)+f(a)(ba))(ba)2

que é exatamente o que queríamos provar.

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