Este capítulo apresenta uma definição dos conceitos básicos referentes a teoria dos grafos.
Um grafo G(V,A) é definido pelo par de conjuntos V e A, onde:
V - conjunto não vazio: os vértices ou nodos do grafo;
A - conjunto de pares ordenados a=(v,w), v e w pertencentes a V: as arestas do grafo.
Seja, por exemplo, o grafo G(V,A) dado por:
V = { p | p é uma pessoa }
A = { (v,w) | < v é amigo de w > }
Esta definição representa toda uma família de grafos. Um exemplo de elemento desta família é dado por:
V = { Maria, Pedro, Joana, Luiz }
A = { (Maria, Pedro) , (Joana, Maria) , (Pedro, Luiz) , (Joana, Pedro) }
Graficamente este grafo pode ser apresentado pelo diagrama ao lado.
Neste exemplo estamos considerando que a relação <v é amigo de w> é uma relação simétrica, ou seja, se <v é amigo de w> então <w é amigo de v>. Como conseqüência, as arestas que ligam os vértices não possuem qualquer orientação
Considere, agora, o grafo definido por:
V = { p | p é uma pessoa da família Castro }
A = { (v,w) | < v é pai/mãe de w > }
Um exemplo de deste grafo é:
V = { Emerson, Isadora, Renata, Antonio, Rosane, Cecília, Alfredo }
A = {(Isadora, Emerson), (Antonio, Renata), (Alfredo, Emerson), (Cecília, Antonio), (Alfredo, Antonio)}
A relação definida por A não é simétrica pois se <v é pai/mãe de w>, não é o caso de <w é pai/mãe de v>. Há, portanto, uma orientação na relação, com um correspondente efeito na representação gráfica de G.
O grafo acima é dito ser um grafo orientado (ou digrafo), sendo que as conexões entre os vértices são chamadas de arcos.
Grafos mistospodem ser vistos como uma generalização do conceito de grafos não-orientados e grafos orientados. São grafos que possuem tanto arestas não orientadas como arestas orientadas. Vários dos conceitos básicos associados a grafos como caminhos e conexidade podem ser facilmente estendidos para grafos mistos.
A ordem de um grafo G é dada pela cardinalidade do conjunto de vértices, ou seja, pelo número de vértices de G. Nos exemplos ao lado:
- ordem(G1) = 4 G1:
- ordem(G2) = 6
Em um grafo simples (a exemplo de G1) dois vértices v e w são adjacentes (ou vizinhos) se há uma aresta a=(v,w) em G. Está aresta é dita ser incidente a ambos, v e w. É o caso dos vértices Maria e Pedro em G1. No caso do grafo ser dirigido (a exemplo de G2), a adjacência (vizinhança) é especializada em:
Sucessor: um vértice w é sucessor de v se há um arco que parte de v e chega em w. Em G2, por exemplo, diz-se que Emerson e Antonio são sucessores de Alfredo.
Antecessor: um vértice v é antecessor de w se há um arco que parte de v e chega em w. Em G2, por exemplo, diz-se que Alfredo e Cecília são antecessores de Antonio.
O grau de um vértice é dado pelo número de arestas que lhe são incidentes. Em G1, por exemplo:
- grau(Pedro) = 3
- grau(Maria) = 2
No caso do grafo ser dirigido (a exemplo de G2), a noção de grau é especializada em:
Grau de emissão: o grau de emissão de um vértice v corresponde ao número de arcos que partem de v. Em G2, por exemplo:
- grauDeEmissão(Antonio) = 1
- grauDeEmissao(Alfredo) = 2
- grauDeEmissao(Renata) = 0
Grau de recepção: o grau de recepção de um vértice v corresponde ao número de arcos que chegam a v. Em G2, por exemplo:
- grauDeRecepção(Antonio) = 2
- grauDeRecepção(Alfredo) = 0
- grauDeRecepção(Renata) = 1
Um vértice v é uma fonte se grauDeRecepção(v) = 0. É o caso dos vértices Isadora, Alfredo e Cecília em G2.
Um vértice v é um sumidouro se grauDeEmissão(v) = 0. É o caso dos vértices Renata e Emerson em G2.
Um grafo é dito ser completo quando há uma aresta entre cada par de seus vértices. Estes grafos são designados por Kn, onde n é a ordem do grafo.
Um grafo Kn possui o número máximo possível de arestas para um dados n. Ele é, também regular-(n-1) pois todos os seus vértices tem grau n-1.
Um grafo é dito ser bipartido quando seu conjunto de vértices V puder ser particionado em dois subconjuntos V1 e V2, tais que toda aresta de G une um vértice de V1 a outro de V2.